Há mais de 17 anos que se fala de certificação energética em Portugal e consequentemente de Certificados Energéticos e classes energéticas. Actualmente, são oito as classes energéticas, correspondendo a A+ à melhor classificação de desempenho energético e F à pior.
Esta classificação do edifício ou fracção tem em conta vários factores, nomeadamente as características da envolvente opaca (pavimentos, paredes e coberturas) e transparente (envidraçados, janelas e portas), a eficiência dos equipamentos e sistemas de produção de AQS (águas quentes sanitárias) e a eventual produção de energia renovável no edifício (ou proximidade). Contudo, há factores de dimensionamento que também influenciam muito o desempenho do edifício, factores arquitectónicos como orientação solar, factor de forma (geometria), ensombramento, tipo de materiais (influenciam a inércia térmica) ou a ventilação etc.
O Certificado energético, para além de um documento informativo é também um documento de valorização do imóvel. Se o imóvel tiver uma classe energética A ou B então ele é mais eficiente e como tal (para o mesmo nível de uso) consumirá menos energia e portanto é mais interessante no mercado.
Nenhuma desta informação é novidade… o Sistema Nacional de Certificação Energética é de 2006 e tem vindo a melhorado através de diversa regulamentação.
O que é interessante é que não é só a Certificação Energética que edifícios que tem classes de desempenho… os eletrodomésticos tem classes, as lâmpadas tem classes, as janelas tem classes e…. as Passive House têm classes.
Passive House Classic– é a Passive House tradicional e com os requisitos standards de uma Passive House.
Passive House Plus – neste tipo de edifícios Passive House são integrados equipamentos para produção de energia renovável, como painéis fotovoltaicos ou solares térmicos. Estes edifícios podem produzir tanta energia quanto o consumo dos seus utilizadores por ano (considerando um consumo constante, o que não é realista)
Passive House Premium – nestas Passive House é produzida mais energia do que a necessária. Nestes edifícios pode dar-se a “armazenagem “ da energia e eventualmente a sua introdução na rede eléctrica com ganhos económicos e ambientais.
Os requisitos e princípios Passive House mantêm-se cumprem-se em todas as classes, mas há diferenças, por exemplo: as necessidades de aquecimento de uma Passive House continuam a não poder exceder os 15 kWh/(m²a), contudo com a introdução das novas classes, será utilizada a energia renovável primária (PER) em vez da energia primária, que era usada anteriormente. No caso das Passive House Classic este valor será no máximo de 60 kWh/(m²a). Uma Passive House Plus é ainda mais eficiente e como tal não pode consumir mais de 45 kWh/(m²a) de energia renovável. Na classe Premium as necessidades energéticas estão limitadas a 30 kWh/(m²a) sendo que pelo menos 120 kWh/(m²a) de energia é gerada pelo edifico.
Há ainda uma tolerância em relação aos valores limite (de geração e de consumo) permitindo uma maior flexibilidade e adaptabilidade na obtenção das classes Passive House Plus ou Premium. Por exemplo, um edifício se não produzir os 60 kWh/(m²a) pode ainda alcançar a classe Passive House Plus se for mais eficiente e tiver necessidades de energia primária renovável (PER) inferiores a 45 kWh/(m²a), ou vice-versa.
Naturalmente, o que isto significa é uma maior exigência com a introdução das classes, o que demonstra o desafio constante das Passive House se adaptarem às exigências de qualidade do mercado e à procura pela sustentabilidade e pela neutralidade carbónica.