O conceito Passive House existe há várias décadas e a marca Passive House tem-se imposto um pouco por todo o mundo. Quando engenheiros, arquitetos, investidores e todo o sector da construção percebeu os benefícios do conceito Passive House não só para os utilizadores, mas também para o meio ambiente, o conceito passou a marca. Hoje poder apresentar um edifício Passive House é uma vantagem competitiva no mercado. A evolução da tecnologia da construção tem permitido a todo o sector imobiliário um nível de exigência elevado, não só na qualidade da arquitectura e materiais, como nos processos construtivos. Os edifícios são cada vez mais eficientes e não apenas no seu comportamento energético, mas em todas as suas valências. O conceito Passive House e sua implementação têm contribuído para este padrão de exigência ajudando edifícios com usos e características muito diferentes a atingir desempenhos muito elevados e assim contribuir para a melhoria do parque edificado.
As vantagens de um edifício Passive House são muitas e infelizmente têm sido usadas como argumentos de venda em edifícios que não são Passive House. Edifícios que não possuem o certificado Passive House, mas acima de tudo que não cumprem os requisitos Passive House… e por isso não terão o desempenho esperado defraudando as expectativas dos clientes.
No artigo anterior do blog publicámos um “passo a passo” de como validar se o edifício que pretende comprar ou alugar é um edifício Passive House. A verdade é que depois de usar o edifício rapidamente perceberá se este não cumprir os requisitos Passive House, porque o desempenho (conforto térmico, acústico, de qualidade do ar interior e eficiência energética) não será o que esperava.
Há vários exemplos, nomeadamente na Europa, que têm sido notícia de falsa promoção de edifícios como Passive House.
Em Espanha a Plataforma de Edificación Passivhaus (PEP), denunciou a promoção de 60 moradias em Valladolid como Edifícios Passive House utilizando desta forma a marca como uma ferramenta de marketing para atrair clientes, sem no entanto ter qualquer intenção de seguir com a certificação.
Também no Reino Unido, já em 2016, um promotor imobiliário foi condenado a pagar uma multa por publicidade falsa sobre a norma Passive House. Apesar do empreendimento promovido por essa empresa possuir bom desempenho energético não conseguiu alcançar os requisitos da Passive House, no entanto o empreendimento continuou a ser promovido como se de Passive House se tratasse.
Em Portugal também surgiu um caso de promoção de um empreendimento em que se anuncia a obtenção da Certificação Passive House. Na praia da Barra, em Aveiro, existe um empreendimento que foi promovido como o “primeiro empreendimento multifamiliar passive house”. Perante as muitas dúvidas sobre a veracidade desta informação, a Passivhaus Portugal tomou algumas medidas no sentido de esclarecer este assunto, tendo sido confirmado que tal empreendimento não detém a certificação Passive House.
Todos estes exemplos apenas vêm confirmar o valor que a marca Passive House possui.
Cada vez mais, os valores que o conceito defende são valorizados por todos.
O conceito Passive House defende a saúde e conforto dos utilizadores, defende um edifício saudável sem falhas no que diz respeito à física dos edifícios, defende a eficiência energética e uma construção a preços acessíveis e sustentáveis, com uma baixa emissão de CO2 (devido à eficiência energética).
São estes valores que permitem que o conceito Passive House seja hoje também uma marca…e uma marca com valor.
PS: O conceito de marca referido no título e no texto não se refere à ideia de marca comercial, mas sim à ideia de chancela.