Espanha tem uma população quase 5 vezes maior que Portugal e uma economia que, tradicionalmente, é mais forte que a portuguesa. É um país geograficamente maior e não tão afastado do centro da Europa como Portugal. Serão estes (também) fatores influenciadores do seu posicionamento quando falamos em Passive House?
Relativamente às Passive House podemos dizer que a galinha da vizinha é mesmo melhor que a minha… que a nossa, e que a de qualquer outro país do mundo.
Sabia que Espanha tem o segundo maior número absoluto de Certified Passive House Designers (só atrás da China!)
Espanha é um exemplo de grande desenvolvimento relativamente às Passive House e rapidamente se posicionou como um dos países mais evoluídos do mundo.
A verdade é que Espanha tem já um grande número de técnicos, quer Certified Passive House Designer (CPHD), quer mesmo Certified Passive House Tradesperson (CPHT), e este facto permite-lhe também possuir já uma rede significativa de edifícios Passive House.
De acordo com um ranking recentemente divulgado Espanha tem o maior número absoluto de Certified Passive House Tradesperson, cerca de 1700, três vezes mais que o segundo classificado, o Luxemburgo com cerca de 560. Portugal está bem classificado neste ranking com 87 Certified Passive House Tradesperson e tem um rácio por milhão muito interessante de 8,37…mas nada comparado com a nossa vizinha Espanha com 36,54.
A formação técnica de engenheiros e arquitetos é fundamental para que o número de edifícios Passive House possa crescer. É fundamental aumentar o número de CPHD E CPHT para que se possa implementar o conceito e se proceder à certificação. Mas também as universidades e entidades de ensino público e privado se podem associar a esta missão.
Por exemplo em Espanha, a Universidade de Burgos disponibilizou o primeiro mestrado Passive House, o que vem demonstrar que a procura de formação pela comunidade estudantil, e não só, começa a crescer.
Há sem dúvida um longo caminho a percorrer no que diz respeito à formação, mas também é necessário informar a população em geral, que ter uma habitação ou um outro edifício com condições de conforto, higiene e segurança não é um luxo ou um capricho, é um direito. Um direito inscrito na constituição Portuguesa e cujos requisitos são facilmente alcançados pelas Passive Houses.
Sabia que o edifício Passive House mais alto do mundo fica em Bilbao, Espanha?… e que em Espanha existem cerca de 100.000m2 de área construída com certificação Passive House?
Em Espanha esse caminho tem sido percorrido de forma bastante eficaz, prova disso é número de edifícios Passive House, e alguns bem emblemáticos.
Mas não são só edifícios emblemáticos que contribuem para os mais de 100 mil m2 de área construída com certificação Passive House. Também os edifícios de habitação social contribuem para este número. Aliás, tem-se verificado uma grande aposta em edifícios de habitação social com estas características… edifícios comuns que fazem a diferença na vida de milhares de pessoas.
É também em Espanha que está localizado o maior hotel do mundo com certificação Passive House, o Hotel Arima de San Sebastián.
Estes factos e números revelam a importância que a Passive House já tem em Espanha.
A congénere espanhola da Passivhaus Portugal apresenta um mapa que mostra a localização dos edifícios Passive House em Espanha e é interessante perceber que estão bem distribuídos geograficamente e apenas a Estremadura não tem nenhuma Passive House.
Espanha está de facto um passo à frente, mas não sejamos irrealistas, não está só à frente de Portugal, mas de todos os países do mundo.
Não seria útil e inteligente tentar aprender com a “galinha da vizinha”?