O mercado imobiliário continua em alta e os ativos imobiliários continuam a valorizar, mostrando uma resiliência que não era esperada. Este comportamento estará certamente relacionado com o tipo de consumidor que neste momento actua no mercado português.
Com o investimento internacional em alta, o sector da habitação, e não só, continua a surpreender, mas estes investidores estão cada vez mais informados, atentos e exigentes, mostrando que a qualidade dos edifícios não passa apenas pela arquitectura e acabamentos. Os consumidores actuais têm preocupações com o desempenho do edifício e com o impacto que este tem, e pode vir, a ter na sustentabilidade.
E já não é apenas a eficiência energética o tema em questão, é muito mais que isso… é o impacto ecológico dos edifícios (do projecto à demolição), é o impacto social nomeadamente na promoção do conforto, saúde e bem-estar dos utilizadores, e ainda o impacto económico (ou seja, será o edifício caro? Não só na fase de construção, mas principalmente na fase de utilização).
O mercado está muito mais exigente e os diversos actores têm que se diferenciar para apresentar soluções que o mercado exige. Também por isso as Passive House têm sido reconhecidas em Portugal (e não só) de forma constante e crescente. São reconhecidas como uma mais-valia no sector, pois conseguem integrar todos estes conceitos e valores e ir ao encontro ao que o mercado exige e continuará a exigir.
O facto dos agentes do mercado apresentarem edifícios que vão ao encontro às exigências do mercado actual leva a que se posicionem como mais atractivos e diferenciadores, promovendo um parque edificado moderno e mais sustentável.
Vários estudos apontam para a validação desta tendência e para a valorização da certificação dos edifícios, não apenas a certificação energética, aliás obrigatória em Portugal (há algumas excepções), mas principalmente uma certificação mais holística, como a Certificação Passive House.
A construção e certificação de uma Passive House tem um impacto muito relevante nas características e comportamento do edifício e, portanto, influencia o seu valor.
Há outras certificações ambientais, como por exemplo a Certificação BREEAM, LEAD, WELL ou o sistema nacional LiderA, que também estão a ser cada vez mais valorizadas e exigidas. Estas certificações ambientais não são concorrentes da Passive House, porque têm objetivos e metodologias distintas. Aliás, elas são complementares, sendo cada vez maior o número de exemplos cujos promotores procuram alcançar diferentes certificações com o mesmo imóvel. Um caso exemplar é o da 1ª Passive House Certificada no sector do turismo em Portugal, a Cestaria localizada na Costa Nova que para além da Certificação Passive House alcançou a classe A++ no âmbito do sistema LiderA.
Assim, no contexto atual há duas linhas de actores no mercado: os investidores que numa visão a longo prazo exigem edifícios mais sustentáveis, e que através da certificação conseguem aumentar o valor comercial dos edifícios para futuros dividendos, e aqueles que veem na certificação uma prova da melhoria do edifício quer através da redução do seu consumo energético, quer no conforto e saúde dos seus utilizadores.