Nos últimos meses publicámos vários artigos e informações sobre o direito a ter uma habitação saudável e com conforto, mas também sobre notícias de falsas Passive House. Notícias que apenas vêm mostrar que o mercado reconhece as vantagens competitivas do conceito, apesar de por vezes não estar disponível para garantir os requisitos das Passive House, quer no projeto, quer em obra. Por isso têm surgido edifícios que são promovidos como Passive House, mas não o são.
O que de facto o sector não compreendeu ainda é que Passive House não é apenas um nome, um conceito vago ou uma moda. As Passive House são uma realidade por todo o mundo há décadas… trazem conforto, saúde e poupanças que as pessoas sentem todos os dias. Não há como enganar. O mercado é cada vez mais exigente… e ainda bem.
Essa exigência permite uma melhoria do parque edificado (e a edificar) com vantagens para todos e também para o ambiente.
De nada adianta o mercado promover um imóvel como Passive House sem este ter um desempenho ao nível das Passive House. O utilizador vai sentir essa “fraude” na factura energética, na qualidade do ar interior, nas eventuais patologias que o edifício possa desenvolver, no próprio conforto térmico e acústico…
De acordo com o que se tem observado por toda a Europa, e um pouco por todo o mundo, uma Passive House permite poupanças que podem ir até aos 90%, quando comparada com o edificado existente. Em Portugal também há poupanças significativas.
O parque edificado em Portugal é de relativa baixa qualidade e muitas vezes os edifícios desenvolvem patologias, como humidades e mofos, muito prejudiciais à saúde. Há vários fatores que contribuem para o desenvolvimento de doenças respiratórias mais ou menos graves, mas estas patologias são certamente um deles. Para além de prejudicarem a qualidade do ar interior (com consequências para a saúde de quem o respira), ninguém gosta de ver os cantos dos tetos com humidades… Pelo facto das Passive House evitarem os efeitos das pontes térmicas (na envolvente do edifício) reduz-se muito o desenvolvimento destes fenómenos. Esta é das situações mais visíveis para o utilizador…
Mas a sensação de conforto também é um parâmetro que facilmente pode ser avaliado por quem utiliza o edifício… quem já não sentiu aquela estranha corrente de ar mesmo com todas as janelas e portas fechadas? Numa Passive House isso nunca aconteceria já que estes edifícios são estanques ao ar (evitam trocas de ar indesejáveis e descontroladas). O conforto térmico e acústico são muito elevados nos edifícios Passive House e isso deve-se a adequados níveis de isolamento térmico e a janelas e portas Passive House (certificadas ou que cumpram os requisitos Passive House). Para além do conforto se sentir na “pele” também se sente na fatura energética e não há como enganar, as Passive House são edifícios energeticamente eficientes que atingem desempenhos muito interessantes, com uma redução significativa na conta da eletricidade.
Há muitas formas do consumidor e utilizador perceber que o que pensava ser um edifício de elevado desempenho afinal, não o é. Esse sentimento de fraude e engano nada traz de bom, nem para o investidor/promotor, nem para o conceito Passive House, nem sequer para o sector e muito menos para o utilizador.
Não há mesmo como enganar.